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jueves, 20 de agosto de 2015

[ARGENTINA] ANÁLISE DA TPR SOBRE O DESEMPENHO DA FRENTE DE ESQUERDA NAS PRIMÁRIAS

Agradecemos al Partido da Causa Operária (Brasil) por traducir y publicar nuestras conclusiones sobre la victoria de Nicolás del Caño (PTS) en las internas del Frente de Izquierda.

http://www.pco.org.br/internacional/analise-da-tpr-sobre-o-desempenho-da-frente-de-esquerda-argentina-nas-primarias/sobj,i.html

Eleições na Argentina
Análise da TPR sobre o desempenho da frente de esquerda argentina nas primárias
Publicamos aqui artigo da Tendência Piqueteira Revolucionária onde analisam o resultado da esquerda nas eleições primárias
Enquanto a Frente de Esquerda dos Trabalhadores (FIT[1], na sigla em espanhol) obteve mais de 1,2 milhão de votos em 2013, no domingo só passou dos 700 mil. Avançou a direita, retrocedeu a esquerda. Não se trata apenas de Macri[2] ou Massa[3]; dentro do prório kirchnerismo a entrega de mais poder para o Partido Justicialista (PJ[4]) é um fenômeno evidente: por isso Scioli[5] reivindicou o operador Juan Carlos Mazzón[6]. Neste quadro, a TPR vota em Nicolás Del Caño[7] para presidente, exigindo que participe de um debate com os demais presidenciáveis. Enfatizando que sua campanha chama a votar em branco caso haja segundo turno, que é uma armadilha. Nos dois casos, faremos uma campanha ativa e militante, em oposição ao método de “voto imperativo” (meramente declamativo e passivo) que caracterizou o centrismo nas disputas eleitorais (o que demonstra a incompreensão de que a luta eleitoral é uma forma exacerbada, concentrada, da luta de classes).
Repudiamos o abstencionismo. A esquerda tem que militar por Del Caño para presidente: pedir para “encher os Parlamentos de deputados de esquerda”, COMO PRETENDEM TANTO O PO[8] COMO O PTS[9], significa capitular objetivamente frente aos candidatos do ajuste, em vez de dar um duro combate para que cada voto seja pela lista completa, fidelizando-se assim com a FIT de forma estratégica. O voto da FIT, que diminui perceptivelmente cada vez que há eleições executivas, ou, sem ir mais longe, que fugiu para Lousteau-UCR[10] na votação da Capital Federal, demonstrou-se muito volátil. Os revolucionários devem transformar cada voto em um compromisso militante por uma alternativa de poder. O contrário é cretinismo eleitoral e parlamentar.
Sempre esteve claro: a TPR vota na FIT (lista completa) em outubro contra os partidos do ajuste e da desvalorização, sejam quais forem seus candidatos, e se colocará nessa luta tanto quanto FIT lhe permitir. Por isso insistimos sempre em que o principal era definir um candidato presidencial contra Scioli, Macri, Massa, Stolbizer, em vez de dilatar a campanha.
Primeiro propusemos um Congresso Aberto, para resolver as diferenças, mas dado que todos os partidos da FIT boicotaram essa proposta (PO-IS recentemente apresentou essa proposta de forma propagandística no início do ano, e a PTS rejeitou), diante da extorsão e do ultimato do PTS, apoiamos veementemente a valente contramarcha da direção do PO. Que o PO tenha decidido não aceitar a extorsão e dar combate nas primárias para dar uma direção política consequente à FIT foi saudável e fortalecedor. De nossa parte, nos envolvermos em uma eleição interna sem aceitar seu resultado seria típico de uma seita irresponsável: nada disso tem a ver com a gente.
A derrota de Altamira é um retrocesso histórico da FIT e a unidade dos lutadores, mas isso não se responde com fracionismo despolitizado, e sim impulsionando comitês de base abertos da Lista Unidade. E de maneira mais geral, lutando em defesa do programa histórico do PO, que parcialmente foi virando do silêncio sobre o perigo representado pelo PTS, até que parcialmente denunciou o filo-kirchnerismo do PTS (que popularizamos como “PTK”). Entretanto, Altamira foi inconsequente nisto, o que se pode ver, por exemplo, no fato de que não aceitou ir ao debate na TV com Del Caño para esclarecer os dois rumos que estavam em debate para a FIT. Isso é reconhecido como um erro inclusive pelo jornalista Diego Rojas, simpatizante do PO, e também por cada vez mais militantes do PO.
O voto contra Altamira foi impulsionado por frações do governo kirchnerista e por meios de comunicação, que veem nele a luta contra todos os governos ditatoriais e democráticos que afundaram nosso povo na miséria, o construtor do partido da classe trabalhadora piqueteira do Argentinaço. O voto em Del Caño é um voto estrategicamente estranho à luta pelo socialismo, pela revolução e pelo governo dos trabalhadores: esse é o conteúdo objetivo da “renovação”. Assim como o PO não quis ir a fundo na delimitação, o PTS também não o fez: nesse sentido, os dois despoetizaram a disputa, confundindo o eleitor da FIT sobre o que realmente estava em jogo.
Os meios de comunicação e militantes afins ao kirchnerismo festejaram o resultado da eleição interna da FIT como uma vitória própria, alguns reconhecem ter trabalhado por esse objetivo, e inclusive avisam que grande parte da votação de Del Caño, em meio a uma polarização crescente, retro-alimentará o FPV e o Scioli. Por isso ratificamos, apesar do caráter centrista, anti-piqueteiro, democratizante e filo-kirchnerista do PTS, que é necessário impulsionar a candidatura de Del Caño.
Em 2011 e em 2013, o PO e a FIT se negaram a realizar Congressos Abertos (propostos pela TPR) e entraram no quarto escuro de Albamonte-Pistonesi para negociar de forma fechada, cedendo a suas manobras. Devido a isso, o PTS conseguiu visibilidade às custas do desenvolvimento nacional do PO. Comprovou-se que a FIT, em sua forma original, era um pacto contra o PO. O resultado de domingo aprofundou isso.
A ampliação da FIT para todo os lutadores, que cobramos desde sua formação (sem distinção ideológica de nenhum tipo, a não ser política contra os blocos capitalistas), foi tentada de maneira parcial e tardia pelo PO, junto à IS. Foi positivo  e por isso fomos os mais enfáticos junto à Esquerda Socialista (IS), na plenária convocada pelas forças que propuseram um polo amplo da esquerda na Faculdade de Ciências Sociais da UBA, ao destacar a necessidade de se somar aos companheiros do Povo em Marcha, CRCR, Povo UNIDO, etc. Não somos parte da FIT porque nenhum dos partidos da FIT quiseram, mas lutando pelo caminho que foi detalhado antes, pretendemos ser. É necessário desenvolver um congresso aberto e comitês de base da Lista Unidade como ponto de partida para que a FIT seja uma frente anti-imperialista de toda a esquerda, que a FIT envolva a TPR e todas as organizações que apoiamos de forma plena, para que a tendência revolucionária se imponha à tendência democratizante.


[1] Frente de Esquerda e dos Trabalhadores (Frente de Izquierda y de los Trabajadores, em espanhol), frente eleitoral integrada oficialmente por PO, PTS e Izquierda Socialista e apoiada por diversas outras organizações, entre elas a própria TPR
[2] Mauricio Macri – atual prefeito de Buenos Aires, membro do partido Proposta Republicana
[3] Sergio Massa – foi chefe de gabinete de Cristina Kirchner, de 2008 a 2009, rompendo com o Partido Justicialista para fundar a Frente Renovadora
[4] Partido fundado em 1947 por Juan Domingo Perón, do qual faz parte a atual presidenta argentina, Cristina Kirchner
[5] Daniel Scioli – atual governador da província de Buenos Aires pelo Partido Justicialista, foi vice-presidente na chapa de Nestor Kirchner, no mandato que iria de 2003 a 2007
[6] Histórico dirigente peronista
[7] Candidato do PTS que venceu as eleições primárias para presidente dentro da Frente de Esquerda
[8] Partido Obrero, partido argentino que se reivindica trotskista
[9] Partido dos Trabalhadores Socialistas, partido argentino, dissidência do morenismo (corrente revisionista do trotskismo)
[10] Martín Lousteau, ex-ministro da Economia de Cristina Kirchner, atualmente deputado pela UCR (União Cívica Radical)

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